sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Introdução

Diz-se que Renoir terá pintado algumas das suas melhores obras-primas lutando contra a dor, durante as fases mais agudas da doença. Debilitante, crónica e progressiva, a artrite reumatóide deforma a vida dos doentes mas não conduz, necessariamente, à incapacidade física.
Em Portugal, são mais de 40 mil a ter o corpo como seu pior inimigo.

O que é a Artrite Reumatóide?

Apesar de um dos principais objectivos do tratamento da AR ser, de acordo com o American College of Rheumatology, a remissão total, a maioria dos médicos admite que ela não acontece frequentemente. Os mais recentes avanços na área das terapias biológicas respondem já, de uma maneira relativamente eficaz, aos casos mais agressivos, mas a verdade é que a ciência ainda não conseguiu encontrar resposta para a pergunta: o que causa a artrite reumatóide?
Sabe-se que é uma doença crónica; que é progressiva e que deforma as articulações, destruindo cartilagens e tecidos moles circundantes. Numa articulação saudável, o fluido sinovial assegura a lubrificação e a alimentação saudável da cartilagem e do osso. Num doente com artrite reumatóide, os glóbulos brancos acumulam-se junto ao tecido sinovial, produzindo citoquinas (as moléculas mensageiras do sistema imunitário) e estimulando a produção de líquido sinovial em excesso. Resultado: a articulação inflama, incha e torna-se dolorosa. O processo alastra-se pelas articulações de todo o corpo, de forma quase sempre simétrica, afectando membros superiores e inferiores até que as mais simples actividades do dia-a-dia, como vestir-se ou andar, se tornem sacrifícios de pura tortura física.
Pior ainda - para um doente que tem de aprender a lidar com a dor crónica - é a constatação de que a forma caprichosa com que a doença ataca as articulações é fruto de uma desregulação do sistema imunitário. A AR – como a diabetes, o lúpus e a esclerose múltipla - pertence à categoria das doenças auto-imunes, o que significa que é o próprio corpo que detecta uma infecção que não existe e começa a actuar contra si próprio.

Diagnosticar e Divulgar

O problema é que o diagnóstico precoce, que parece ter uma influência positiva sobre a evolução da doença, revela-se complicado. A maior parte dos doentes não associa as inflamações articulares a uma doença auto-imune como a AR ou, mais frequentemente, não a conhece sequer. Divulgar a doença foi exactamente um dos objectivos do Projecto Nacional de Luta contra a Artrite Reumatóide. Quando foi lançado, em 2004, propunha-se fazer chegar à população informação sobre sinais de alerta e contribuir para um diagnóstico precoce, aumentando a consciência social da existência da AR. Se os portugueses seguirem o padrão europeu, é provável que ela seja muito reduzida. Segundo um estudo de 2003 do European Public Opinion Survey, cerca de 78 por cento dos europeus nunca ouviu falar da Artrite Reumatóide, e metade não consultaria um médico, mesmo que sentisse as mãos deformadas durante um mês. Os números justificam outras iniciativas, como a Década do Osso e da Articulação (2000-2010), concebida pela Organização Mundial de Saúde para combater o desconhecimento generalizado sobre este tipo de doenças mas, sobretudo, promover tratamentos de custos acessíveis aos doentes.

Reconhecer a doença/sintomas/diagnóstico precoce:
Se reconhecer 4 destes sintomas, consulte um reumatologista. Os critérios de 1 a 4 deverão estar presentes por um período superior a 6 meses.
1. Rigidez matinal superior a uma hora
2. Artrite de duas ou mais áreas articulares
3. Artrite das articulações das mãos
4. Artrite simétrica
5. Nódulos reumatóides
6. Factor reumatóide
7. Alterações radiológicas

* segundo critérios do American College of Rheumatology

Fonte: Revista Performance

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá, Marta.
Admiro a intenção do seu blog, mas, por uma questão de cortesia pelo autor, poderia ter citado a fonte deste artigo.