terça-feira, 27 de abril de 2010

Humira - Gravidez e aleitamento

A Daniela (leitora do blog) tem o sonho de ser mãe, mas tem dúvidas quanto aos efeitos do fármaco Humira no feto. Na esperança de ajudar a esclarecer as suas dúvidas, deixo aqui este post.

"Não existem dados clínicos sobre o uso de Humira em mulheres grávidas.
Um estudo de toxicidade do desenvolvimento efectuado em macacos não revelou quaisquer sinais de toxicidade materna, embriotoxicidade ou teratogenicidade. Não se dispõe de dados pré-clínicos sobre a toxicidade pós-natal e sobre os efeitos de Humira na fertilidade.
Devido à sua inibição de TNFa, a administração de Humira durante a gravidez pode afectar as respostas imunitárias normais no recém-nascido.

Não se recomenda a utilização de Humira durante a gravidez. As mulheres em idade fértil são fortemente aconselhadas a usar um método contraceptivo adequado para evitar a gravidez e continuar a utilizá-lo durante pelo menos cinco meses após o último tratamento com Humira.
Desconhece-se se Humira é excretado no leite humano ou absorvido por via sistémica após ingestão.
Contudo, pelo facto das imunoglobulinas humanas serem excretadas no leite, as mulheres não devem amamentar durante pelo menos cinco meses após o último tratamento com Humira."

Daniela, eu também vou tentar engravidar este ano e a minha reumatologista desaconselha o uso de fármacos biológicos e outros como o metrotexato. Neste momento estou apenas a tomar corticosteróides. Mas ela encoraja bastante a gravidez, pois a doença em si não traz nenhum impedimento nem risco para o bébé.
Penso que se você está a tomar Humira e quer engravidar, deve fazer uma interrupção do tratamento com alguns meses de antecedência.

Você consegue controlar a doença com a alimentação e um estilo de vida saudável, pelo menos até engravidar. Veja os meus posts anteriores e se tiver alguma dúvida não hesite em me contactar.

Tenha esperança e força de vontade e você conseguirá.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Distúrbios psiquiátricos atingem muitos pacientes com artrite reumatóide

Num estudo, investigadores russos descobriram que 63 por cento dos pacientes com artrite reumatóide também sofriam de distúrbios psiquiátricos, sendo que destes 87 por cento eram distúrbios depressivos.

A investigadora principal, a Dra. Tatiana Lisitsyna, do Instituto Estatal de Reumatologia da Academia Russa de Ciências Médicas, em Moscovo, descobriu ainda que eventos nervosos frequentemente precedem o início da artrite reumatóide, sendo que mais de metade dos pacientes estudados (52%) indicaram ter experienciado eventos stressantes antes do início da artrite.

O estudo, que foi apresentado no congresso anual da Liga Europeia Contra o Reumatismo, em Copenhaga, também descobriu que um terço dos pacientes com artrite reumatóide sofria de distúrbios do sono, 23 por cento tinham sido diagnosticados com disfunções cognitivas, sendo que 16 por cento eram atribuídas a depressão, e os pacientes com depressão exibiam artrite reumatóide mais severa, como medido pelos raios-x, mas normalmente recebiam, uma tratamento menos agressivo.

A investigadora revelou que é comum os distúrbios psiquiátricos ocorrerem em simultâneo com a artrite reumatóide, sendo que estes costumam estar relacionados com stress e associados à actividade da doença e à dor crónica.

A Dra. Lisitsyna referiu ainda que avaliar e abordar a saúde mental das pessoas com artrite reumatóide deve ser uma característica regular da prática reumatológica, de modo a melhorar a qualidade de vida e reduzir o potencial fardo psicológico perturbador da artrite reumatóide.

O estudo observou 75 pacientes com artrite reumatóide, 96 por cento do sexo feminino, com uma média de 52 anos. A duração média da doença era de 12 anos e 74 por cento dos pacientes eram considerados como tendo dores moderadas ou severas.

Testemunho de Paula Pinto: viver com AR

Mãe de três filhos, arquitecta, com uma vida profissional enriquecedora, Paula Pinto tinha 40 anos quando a artrite reumatóide a surpreendeu.

A doença obrigou-a a redefinir prioridades e a adaptar-se a uma nova vida, com condicionantes que afectam o seu dia-a-dia e que a impedem de desfrutar em pleno de alguns prazeres da vida como, por exemplo, andar a pé e dançar ou alimentar o sonho de, um dia mais tarde, eventualmente, pegar um neto ao colo.

Mas, aos 56 anos, é uma mulher em paz consigo própria, que soube aceitar a doença e que fez do egoísmo não um defeito mas uma virtude. «Vou buscar compensações em tudo o que posso», desabafa. «Tenho umas mãozinhas de barbatana que não me atrapalham nada», ironiza.

«Era melhor que não tivesse doença nenhuma mas apareceu e tenho de saber viver com ela», conta Paula Pinto, assessora do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e vice-presidente da ANDAR, Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide, com uma tranquilidade invejável e um sentido de humor peculiar. Arquitecta de formação, tinha apenas 40 anos quando lhe foi diagnosticada artrite reumatóide. «Foi há 16 anos e os sintomas foram vários, o que dificultou um diagnóstico imediato e correcto», lamenta.

«Não tinha marcadores nas análises, nem deformações ósseas, mas tinha febre, dores musculares e nas articulações, perdia cerca de dois quilos por mês, não tinha energia, manifestava prostração, tinha uma anemia grande... Foi um processo difícil para conseguir fazer o diagnóstico certo», recorda. De imediato, foi obrigada a ficar seis meses em casa em repouso absoluto porque a doença a impediu de fazer praticamente tudo.

«Já quase não tinha movimentos nem força nenhuma nos braços e tive de fazer um programa de reabilitação em água quente para recuperar os movimentos todos, e bastante descanso», conta.

A aceitação e adaptação a uma nova condição

Na altura, confessa que não se apercebeu logo das mudanças que o seu quotidiano viria a sofrer. «Acho que só pensei nisso bastante mais tarde porque sempre julguei que ia recuperar tudo e, portanto, não me ralei nada de estar parada seis meses. Lia imenso, à espera que passasse.

Ao longo do tempo, apercebi-me que ia perdendo coisas e de que hoje tenho uma qualidade de vida inferior à das outras pessoas que não têm doenças. Mas fui-me compensando de outras maneiras».

Leia o artigo na íntegra aqui: Saúde Sapo

Dados estatísticos da AR em Portugal

UM EM CADA DEZ DOENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE PEDE REFORMA ANTECIPADA.

A radiografia à qualidade de vida dos doentes que vivem com artrite reumatóide vem provar que a doença tem um grande impacto nas actividades mais triviais, como seja simplesmente andar.

Um inquérito realizado em 2009 pela Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) revela que 10% dos doentes pedem reforma antecipada devido ao impacto da doença. Os resultados do inquérito vão ser divulgados hoje, para assinalar o dia nacional dos pacientes com artrite reumatóide.

O estudo realizado pela ANDAR conclui que uma em cada dez pessoas fica incapacitada para a vida caso o diagnóstico não seja feito de forma precoce. Segundo António Vilar, secretário-geral da organização, mesmo os pacientes que se reformaram antecipadamente devido à artrite reumatóide queixam-se do seu estado. António Vilar diz ainda que é fundamental que seja comparticipado a 100% o fármaco mais utilizado para combater a doença.

Em Portugal, a artrite reumatóide afecta mais de 40 mil pessoas, sendo que as mulheres entre os 30 e os 50 anos são as grandes vítimas desta doença que atinge principalmente as articulações.

Curcuma eficaz contra a artrite

Cientistas americanos estão convencidos que os poderes anti-inflamatórios do extracto da curcuma podem ser eficazes no tratamento da artrite.

Um extracto de curcuma sem óleos essenciais mostrou resultados eficazes na redução da inflamação associada à artrite. O estudo foi efectuado pela Universidade do Arizona e foi publicado na edição de Novembro da revista científica Arthritis & Rheumatism.

A aplicação deste extracto em ratos de laboratório revelou prevenir e reduzir a artrite crónica e aguda, bem como a destruição da cartilagem. A curcuma mostrou também alterar agentes envolvidos na inflamação e prevenir o aumento de osteoclastos. O efeito parece estar ligado à inibição da NF-kappaB, uma proteína que controla a expressão genética das substâncias responsáveis pela resposta inflamatória.

A dose que os cientistas julgam ser mais eficaz equivale, para os humanos, a 1.5 mg por dia de uma porção da raíz de curcuma. Os autores reconhecem que “os suplementos dietéticos de curcuma parecem ter o mesmo mecanismo de acção que os fármacos contra a artrite actualmente em investigação, pelo menos os que actuam sobre a NF-kappaB”.

Após a retirada do mercado de anti-inflamatórios como o Vioxx, milhares de doentes com artrite passaram a recorrer às chamadas medicinas alternativas e complementares, incluindo suplementos dietéticos, entre as quais a curcuma.