quarta-feira, 21 de abril de 2010

Testemunho de Paula Pinto: viver com AR

Mãe de três filhos, arquitecta, com uma vida profissional enriquecedora, Paula Pinto tinha 40 anos quando a artrite reumatóide a surpreendeu.

A doença obrigou-a a redefinir prioridades e a adaptar-se a uma nova vida, com condicionantes que afectam o seu dia-a-dia e que a impedem de desfrutar em pleno de alguns prazeres da vida como, por exemplo, andar a pé e dançar ou alimentar o sonho de, um dia mais tarde, eventualmente, pegar um neto ao colo.

Mas, aos 56 anos, é uma mulher em paz consigo própria, que soube aceitar a doença e que fez do egoísmo não um defeito mas uma virtude. «Vou buscar compensações em tudo o que posso», desabafa. «Tenho umas mãozinhas de barbatana que não me atrapalham nada», ironiza.

«Era melhor que não tivesse doença nenhuma mas apareceu e tenho de saber viver com ela», conta Paula Pinto, assessora do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e vice-presidente da ANDAR, Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide, com uma tranquilidade invejável e um sentido de humor peculiar. Arquitecta de formação, tinha apenas 40 anos quando lhe foi diagnosticada artrite reumatóide. «Foi há 16 anos e os sintomas foram vários, o que dificultou um diagnóstico imediato e correcto», lamenta.

«Não tinha marcadores nas análises, nem deformações ósseas, mas tinha febre, dores musculares e nas articulações, perdia cerca de dois quilos por mês, não tinha energia, manifestava prostração, tinha uma anemia grande... Foi um processo difícil para conseguir fazer o diagnóstico certo», recorda. De imediato, foi obrigada a ficar seis meses em casa em repouso absoluto porque a doença a impediu de fazer praticamente tudo.

«Já quase não tinha movimentos nem força nenhuma nos braços e tive de fazer um programa de reabilitação em água quente para recuperar os movimentos todos, e bastante descanso», conta.

A aceitação e adaptação a uma nova condição

Na altura, confessa que não se apercebeu logo das mudanças que o seu quotidiano viria a sofrer. «Acho que só pensei nisso bastante mais tarde porque sempre julguei que ia recuperar tudo e, portanto, não me ralei nada de estar parada seis meses. Lia imenso, à espera que passasse.

Ao longo do tempo, apercebi-me que ia perdendo coisas e de que hoje tenho uma qualidade de vida inferior à das outras pessoas que não têm doenças. Mas fui-me compensando de outras maneiras».

Leia o artigo na íntegra aqui: Saúde Sapo

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