sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Biológicos: as novas terapias

A factura da artrite reumatóide continua, ainda assim, demasiado pesada para alguns bolsos. Em resposta às petições da ANDAR (Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide), a AR consta já de uma lista de doenças comparticipadas, a par de outras doenças crónicas que “obriguem a consultas, exames e tratamentos frequentes e sejam potencial causa de invalidez precoce ou de significativa redução de esperança de vida”. O que garante que os meios de diagnóstico e os fármacos usados numa fase menos agressiva da doença (anti-inflamatórios, cortisona, sais de ouro e metotrexato, entre outros) sejam mais baratos, mas não chega para cumprir a pretensão do Plano Nacional Contra as Doenças Reumáticas, no que diz respeito à gratuitidade dos medicamentos para o tratamento da doença, quando receitados por um reumatologista.

Às tradicionais recomendações para o tratamento da AR, as novidades chamam-se terapias biológicas e chegam dos Estados Unidos. Vários estudos laboratoriais demonstraram que estas substâncias inibem a produção da citoquina TNF, responsável pela inflamação. Ao capturar o TNF (Factor de Necrose Tumoral) em excesso, os medicamentos biológicos tornam a citoquina inactiva, permitindo uma grande redução ao nível da inflamação e dos sintomas associados à doença. Disponíveis apenas através da farmácia hospitalar, estes novos fármacos têm custos que podem ascender aos 10 mil euros por ano, limitando o acesso a muitos doentes.

Actualmente, cerca de 500 doentes com AR seguem esta terapêutica com um dos quatro medicamentos biológicos disponíveis em Portugal (três administrados por injecção subcutânea e um por infusão endovenosa, aplicada duas vezes por ano). Só no Hospital Garcia de Orta, em Almada, um dos oito hospitais do Serviço Nacional de Saúde que faculta o tratamento e o único Hospital de Dia de Reumatologia, são realizadas 1500 sessões por ano. Os tratamentos assistem cerca de 100 doentes reumáticos por cada milhão de habitantes, em contraste com os 219 por milhão em Espanha e 674 por milhão na Noruega, de acordo com dados da indústria farmacêutica.

Nos Estados Unidos, onde a maior parte dos centros de tratamento que recorrem a estes fármacos são subvencionados, entram em campo novas formas para fazer face à doença. Terapias que passam pelas alterações de estilo de vida e de hábitos nutricionais e que se constituem como alternativas menos dispendiosas. E sem efeitos secundários. Está provado que a falta de exercício físico, por exemplo, duplica o risco de declínio funcional e eventual incapacidade física. O estudo mereceu destaque na edição de Abril de 2005 da Arthritis & Rheumatism e está entre os 10 últimos grandes avanços no combate à doença identificados pela Arthritis Foundation.

Fonte: Revista Performance

2 comentários:

Anónimo disse...

Até porque citar a fonte ajuda a credibilizar o texto, não lhe parece?

Daniela disse...

Olá!!! Estou me tratando c/ o Humira há 5 meses, mas ainda sinto muitas dores nas articulações.
Vi um rapaz falando em uma reportagem que as dores sumiram completamente após o 8º mês. Gostaria de saber se são normais essas dores e se alguém passou por isso tb!
Obrigada
Daniela